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Arquitetos: Malan Vorster Architecture, Interior Design
- Área: 180 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Adam Letch
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Fabricantes: Hackwood, Modular Lighting Instruments, western red cedar
Descrição enviada pela equipe de projeto. A encomenda do projeto refere-se à adição de um pavilhão de academia ao contexto existente de uma grande propriedade familiar em Constantia. Os arquitetos estiveram envolvidos no planejamento geral e em vários edifícios da propriedade, e o objetivo era reduzir o impacto de uma nova estrutura nos jardins já bem estabelecidos, o que levou à decisão de construir o pavilhão sobre o telhado de laje de concreto existente de uma casa de hóspedes mais antiga e de uma área de armazenamento também preexistente.
A posição escolhida dentro da propriedade apresentava vistas interessantes: as árvores maduras ao redor ofereciam um abrigo e sentar-se na borda de um muro de arrimo existente proporcionava uma sensação de equilíbrio dinâmico. A área de implantação do pavilhão, que está entre o gramado principal superior do jardim e o estacionamento abaixo dele, permitiria que o edifício fosse totalmente envolto por uma ampla gama de diferentes situações visuais, bem como se conectasse com os diferentes níveis de terraços ao seu redor. A posição também significava que a academia poderia ser ligada à suíte de hóspedes abaixo dela por meio de uma escadaria interna. A suíte de hóspedes recebeu uma atualização com novo layout de planta livre, acabamentos e mobiliário.
Métodos de construção em aço e madeira foram empregados para minimizar o impacto do concreto e outras obras úmidas, uma vez que, a partir dessa escolha, a maioria dos componentes poderia ser fabricada fora do canteiro, reduzindo o impacto ambiental do processo de construção. Os arquitetos estiveram envolvidos no projeto e na construção de uma estrutura semelhante a uma casa na árvore para o mesmo cliente, que fica em uma cota mais alta do terreno, não muito longe do novo pavilhão. A casa da árvore serviu de inspiração para a seleção de materiais, método de construção e detalhamento.
O pavilhão da academia, do mesmo modo, é um exercício de pisar levemente na paisagem e tem como objetivo fazer da conexão com a natureza um dado chave do projeto - especialmente porque se está muito consciente da paixão do proprietário pela natureza e pela jardinagem. Projetar a estrutura como sendo recessiva à paisagem foi um aspecto fundamental para o desenho.
Esta intenção, entretanto, criou um paradoxo, já que a própria natureza da tipologia do pavilhão cria uma forte presença volumétrica, é plenamente tangível. Uma lição aprendida com o projeto da casa da árvore foi que a materialidade de um edifício pode reduzir o impacto de um objeto arquitetônico na paisagem: as texturas e cores naturais da madeira e do aço enferrujado, por exemplo, podem atenuar a rigidez do vidro; a desmaterialização da massa do edifício pode ser realizada por meio de planos ripados e pérgolas; mas o mais importante, o resultado do passar do tempo deve ser abraçado, de modo que a meteorologia natural e a oxidação possam atenuar as marcas da mão e das ferramentas do homem sobre a madeira, o cobre e o aço.
O aspecto tectônico do edifício, ou seja, a intenção de tornar o conceito arquitetônico e a lógica facilmente acessível ao espectador ou habitante, é visto como um diálogo entre a resposta à paisagem, os aspectos técnicos da construção e o detalhamento de cada escolha material do edifício:
- O espaço da academia está abrigado sob um pavilhão cuja forma se destaca pelo telhado flutuante. O telhado surge como uma copa de cobre dobrada e flutuante, com dois cantos opostos levantados para cima para permitir vistas para os carvalhos dos arredores. O telhado parece estar levitando sobre vidros sem moldura, o que foi possível através da fabricação dos suportes de aço do telhado em uma dimensão mínima de lascas finas de lâmina.
- Os planos de parede foram divididos em três elementos distintos:
o Primeiro, a fachada curva e revestida em madeira que contém a porta de entrada e abriga a escadaria para a suíte de hóspedes no edifício existente abaixo. Os elementos da parede curva fazem referência à geometria da casa na árvore.
o Em segundo lugar, a fachada voltada para os jardins inferiores e a área de estacionamento foi tratada como uma combinação de planos semi-transparentes e sólidos: os elementos que garantem privacidade são os da superfície de madeira em forma de aerofólio repousam sobre uma parede de arenito recuada em relação à borda do edifício existente, para permitir que as plantas rastejem sobre a parede de gesso áspero e não pintado da unidade para hóspedes abaixo. O revestimento da parede de arenito na nova academia é um plano suavemente polido, no mesmo material, mas contrastando com o embasamento de arenito rústico da construção existente. As superfícies de madeira podem ser ajustadas pelo habitante para atender à sua necessidade de privacidade ao se exercitar, ou para abrir vistas para os jardins ao nordeste e sobreiros históricos ali situados.
o Em terceiro lugar, as duas fachadas restantes são envidraçadas, com portas de correr abrindo-se completamente e recuadas no canto do edifício, também com vista para um novo lago de peixes ao redor. As portas dão acesso a um deque de meditação no lado noroeste, abrigado por uma pérgula de madeira suspensa. Este deck oferece vistas distantes sobre vinhedos adjacentes e montanhas.
- As diversas fachadas estão estruturalmente ligadas através de um pilar de aço de perfil H e estrutura de vigas, das quais duas se estendem para formar a pérgula. A seção H de aço foi preenchida com elementos de cedro vermelho ocidental, todos moldados para ter detalhes orgânicos e bordas mais suaves.
A seleção dos materiais internos da academia é uma continuação da materialidade do edifício, com tetos de cedro, pisos de madeira serrada bruta e toques de elementos de latão torneados à mão. Os mesmos materiais são transportados para a reforma da unidade de hóspedes existente abaixo, que pode ser acessada da academia por meio de uma escadaria de cedro protegida por cima por uma clarabóia redonda que olha para os galhos das árvores.
A unidade de hóspedes consiste em uma sala de estar/jantar com uma pequena cozinha, ligada a uma suíte, pequenas portas em ambos os lados de um mobiliário central flutuante que recebe a TV e parede da cabeceira. A cozinha e todos os outros armários foram projetados sob medida pelos arquitetos.